The last one

Estou a escrever isto muito tempo depois de a Camila nascer. É chato porque as emoções e os momentos não estão tão vivos não minha memória, mas não queria deixar de passar este último (e tão importante) trimestre da gravidez.

A barriga cresceu tanto, mas não me sentia gigante de uma forma negativa e que afetasse a minha auto-estima. Até porque durante toda a gravidez nunca me senti mal com o meu corpo - muito pelo contrário. Adorei ver a barriguinha crescer! O que não gostei nada foi a crise de acne que tive no rosto, não sei bem se se deveu à alimentação menos própria, uma vez que engolia chocolates e batatas fritas que nem um alarve, ou se se resumiu apenas a uma questão hormonal. E depois ouvia os clássicos comentários: "ah, pois quando é menina, ela rouba a beleza à mãe" - uma forma nada subtil de dizer que estou feia! Mas o João nunca me fez sentir feia. Recordo que me dizia sempre que estava linda e que a gravidez me estava a tornar mais mulher fisicamente. Ainda hoje, olhamos para fotos mais antigas e ele comenta sempre que eu tinha mesmo carinha de miúda e que cresci imenso.

MAS, vamos ao que interessa. A minha alimentação melhorou, tentei fazer escolhas mais saudáveis, mas tive deslizes muito vergonhosos que não devem ser expostos na internet (ahah).
Mudámos de casa e as mudanças foram horríveis! Eu fazia horários malucos e nada compatíveis com os do homem. Resultado: ele teve de carregar praticamente tudo sozinho para a casa nova. Casa esta que afinal revelou-se não estar pronta à data em que tínhamos de sair da outra casa. Resultado: tivemos de ir acampar para casa de uns amigos. Foi uma logística de merda, mas enfim.
Deixei de trabalhar às 34 semanas, já não estava a fazer lá nada, só a rebolar e a existir ao lado dos meus colegas.
Ficar em casa tanto tempo foi agridoce. Ao início estava entretida a meter tudo direitinho em casa, mas depois de estar tudo feito já não sabia muito bem o que fazer comigo, uma vez que o João estava quase sempre a trabalhar. Vi muitas séries, li, preparei as coisas do bebé, fiz a mala da maternidade lá para as 37 semanas, fiz um baby show (coisa simples porque não tenho muitos amigos aqui, e em lado nenhum na verdade ahah), namorei muito esta barriga, fui jantar fora com o Home, ainda fui sair  à noite com as amigas e dançámos muito (isto já nas 38 semanas). Lá para as 39, já se faziam apostas de quando ia nascer, mas esta menina é muito certinha e nasceu exatamente no dia suposto.






O segundo trimestre já passou!

Entro hoje naquele que é o terceiro e último trimestre da gravidez. OH god, o segundo passou a correr. Ok, se calhar não passou assim tanto a correr porque muita coisa se passou. Agora entendo o porquê de as grávidas viverem esta experiência semana a semana, perdendo a noção de em quantos meses a coisa já vai. Pelo menos, eu perco.
Cada semana é uma descoberta nova, um sintoma novo, uma alegria ou uma preocupação diferente. 

O João diz que 9 meses é o tempo ideal para tomar consciência e para o casal (ou não) se adaptar à nova vida que aí vem, em todos os sentidos. 
Aliás, ele está fascinado com esta minha capacidade de gerar vida dentro de mim. Uffa, afinal nasci com alguma habilidade!








Entrei neste trimestre ainda a rastejar de cansaço e com algum mau feitio à mistura e a perguntar-me onde estava a joy, o brilho, a boa disposição e energia de que tanto se fala. Mas não é mentira, foi tudo chegando aos poucos e poucos e acabou por ser um trimestre feliz. 


Vou-me sentindo mais limitada fisicamente em tarefas do quotidiano ou no trabalho, mas tenho a sorte de estar rodeada de pessoas compreensivas e de o meu sentido de humor raramente falhar perante as adversidades. 

Foi também neste trimestre que revelei à família, aos amigos e à internet, valha o que valha, que trago uma pequeno ser humano dentro de mim.  E, no geral, as reações foram muito positivas. Não houve ninguém que tivesse dito (ou mostrado pensar): Oh meu deus, arruinaste a tua vida! Não que a opinião alheia me preocupasse, na verdade. Mas tive uma reação muito MUITO engraçada. Tenho mesmo de contar. Vou tentar não ter preguiça e voltar rápido a este pseudo-diário. 




Fiz a ecografia morfológica e estava tão nervosa que até me esqueci que era o dia em que se descobria o sexo da cria. Fiz no dia do pai. 

É um pipi. Ainda questionei várias vezes o ecógrafo: MAS TEM MESMO A CERTEZA? É que eu continuo a perceber muito pouco destas ecografias - aquela porra não vem com legendas! O João percebeu logo que era um pequeno grelo/pombinha. Ficou todo contente porque era exatamente o que ele queria. Eu também fiquei feliz, mas muito apreensiva. Mas muito feliz e apreensiva novamente. Liguei logo ao meu pai a contar a novidade e a dar a prenda do dia do pai. 

Entretanto começaram as primeiras compras, uma meia aqui, um body acolá e um carrinho de bebé. Descobrimos todo um mundo de tiny clothes, com preços nada tiny, mas tudo tiny no geral. 

O meu humor variou e tive alguns dias mais rabugenta, tive dias em que só me apetecia devorar chocolates, dias de acne deprimentes, dias intensos em que saía de casa às 6 da manhã e entrava à meia-noite... custou um bocadinho. COMECEI A SENTIR O BABY!  Primeiro umas ondinhas, uma espécie de bater de asas de uma borboleta e agora dá pontapés e voltas que se farta. Se comparar o comportamento dela ao dos cães, é caso para chamar uma assistente social?




A minha barriguinha cresceu muito e tenho tido o cuidado de colocar creme todos os dias para prevenir estrias indesejadas. Tenho-me informado sobre os partos e... gostava de não ter ouvido certos testemunhos, mas pronto, é bom estar preparada para o bom e para o pior, não é? A criança não pode ficar aqui para sempre!

De um modo geral, sinto-me bem e estou muito grata por todo o desenrolar desta história. Há muita situação que não é digna de instagram, mas é a minha realidade, e acredito que as coisas se estão a compor da melhor forma. O amor e a vontade de conhecer este abacate, este pequeno grelo, esta mimi, é gigante. 




O pânico do primeiro trimestre


Quando soube que estava grávida pensei "Porra, as pessoas são uma merda e eu vou meter no mundo mais uma". Não me interpretem mal, mas é verdade. A vida é maravilhosa e eu adoro pessoas, mas nós somos maus uns para os outros em tantas coisas. 

E depois pensei "Porra, a maior parte das pessoas que conheço tem problemas familiares: ou porque não se dão bem com a mãe/pai, ou porque os pais são divorciados, ou porque um é alcóolico, ou porque etc etc. Eu não quero criar, amar e dar tanto de mim a uma pessoa para daqui a uns anos ela me virar as costas ou eu cometer um erro tão grande que não seja mais digna de ser chamada de mãe". 

Estou agora de 18 semanas, mas quero falar sobre o primeiro trimestre - o cocó desta gravidez, literalmente. As primeiras semanas foram um misto de choro, ansiedade, muitas introspeções e de prisão de ventre. E de gases. Nada agradável, digo já.

Fiquei um bocado florzinha de estufa nos primeiros tempos. Estava mais sensível, mais irritadiça e a ansiedade não estava a ajudar. Ansiava pela primeira ecografia, para saber se estava tudo bem, se havia algo de errado com a cria. Na verdade, dormi muito mal na semana que se antecedeu à mesma. Isto é tudo muito agridoce. A pessoa tanto está feliz por ter uma amostra de ser humano alojado nas entranhas como desespera quando pensa nas mil e uma coisas que podem correr mal. E ainda penso um bocadinho nisso, mas já está mais controlado. (Provavelmente quando for fazer a próxima eco vou estar uma pilha de nervos na véspera).

Coisas que ninguém fala sobre a gravidez: que dá muita prisão de ventre no início e uns gases horríveis. Bem, ninguém gosta de falar de cocó e se calhar por isso é que é tabu.

Inscrevi-me em vários grupos no facebook de mamãs to be e fez-me sentir menos louca. Houve uma senhora que perguntou no grupo se podia continuar a fazer sexo anal mesmo estando grávida. Adoro a falta de tabus nestes sítios, adoro! Além disso, pesquisei no google coisas tão parvas que nem é bom ditar.

Sintomas: Para além dos referidos acima que me provocavam um inchaço digno de uma gravidez de gémeos nas 63 semanas e um mau estar medonho, tive alguns enjoos. Maioritariamente de manhã, mas tudo suportável. Vomitei pouco, 3 ou 4 vezes. Ah e tinha uma sede digna de uma maratona de Bob Marley, se é que me faço entender! Andava (e ainda ando) muito cansada, tinha sono a toda a hora e em qualquer oportunidade que surgisse, fazia aquela sesta básica no sofá. Para acrescentar a tudo isto, andava mais irritada, com um feitio complicado (para não dizer de bitch, mesmo). Desculpa João




Mudanças corporais: A barriga só começou realmente a notar-se aos meus olhos por volta da 13ª semana


Alimentação: Inicialmente comecei a tomar iodo e ácido fólico, mas como sou veggie a médica aconselhou-me a tomar um suplemento que conjuga vários nutrientes essenciais.
Infelizmente, a minha alimentação não foi a melhor no início. Comi muitas porcarias, cedi a muitos impulsos pouco saudáveis. Além disso, o cheiro de alguns legumes enjoava-me, nem podia sentir o sabor dos cogumelos que era uma coisa que sempre adorei. Uma vez meti bróculos na boca e não consegui engolir. Isso preocupava-me! Tudo o que me apetecia comer era porcarias, torradas com manteiga, fruta ou sopa, o que me safou a maior parte das refeições.



A pior parte: Desespero máximo por viver numa cidade que não conheço bem, por não ter ninguém para falar sobre o assunto incluindo um médico. O centro de saúde onde estou a ser seguida é pior do que a feira da ladra aos sábados e em saldos. O sistema é desorganizado, não há funcionários suficientes para dar vazão a tanto trabalho e, além disso, só às 18 semanas é que conheci a médica que realmente me vai acompanhar o resto da gravidez. Sim, porque até à data fui atendida por várias médicas que faziam o melhor que podiam no pouco tempo que tinham, isto porque as meninas da recepção insistiam em marcar consultas random, mesmo quando frisava "QUERO MARCAR UMA CONSULTA MATERNA". Toda esta situação  fez com que não fosse bem informada sobre diversas temáticas e sobre determinados exames que tinha de fazer e quando fazê-los exatamente. Enfim, um stress gigante.


Pensamentos: Este meu estado de graça mete-me a vida toda em perspetiva. Começo a questionar a minha infância, a educação que tive, o meu percurso de vida até aqui, os valores que quero passar a esta criança, ... Tem sido uma descoberta profunda sobre mim. Da Sara enquanto profissional, enquanto amiga, filha, namorada, irmã, tia, e qualquer outro estatuto que tenha .

Jabaru para os amigos, avô dos meus netos para mim

Ele tanto me tira do sério como me faz acordar a vizinha de cima de tanto rir. Acho que o amor será sempre um pouco dos dois.

Amor é ficar "apesar de". É amar mais num dia em que o outro fica analfabeto de afeto. É ter ânsia de ver o outro crescer, humildade para crescer com o outro e vontade de crescer junto com o outro. É assumir-se como uma equipa e, em dias de dúvidas e desabafos sem filtros com os amigos, não pôr em causa a relação porque te dizem que "se não te sentes bem, larga". Somos um. Não se pode abandonar um barco por tão pouco. É em dias de vendaval não esquecer o que nos uniu. É amar, amar muito mesmo quando um dá uma resposta mais torta, está impaciente ou não corresponde às nossas expectativas. O amor é não cair na ilusão de criar o outro à nossa semelhança: somos diferentes e ainda bem. O amor é saber ultrapassar essas mesmas diferenças e saber deixar o outro respirar e percorrer o seu caminho. O amor é eu querer estar a percorrê-lo a teu lado, bem de perto para te beijar nas vitórias e nas derrotas. Que nunca te sintas desamparado da minha parte. Porque eu amo-te. Na saúde e na doença. Nos dias pobres e nos dias afortunados. Na alegria e na tristeza. Até que um dia sejamos separados por algo superior a este amor. Que é tão imenso, apesar desta nossa história de amor tão atribulada.

Escrevi-lhe isto há algum tempo, mas continua a ser the real deal. Hoje é o dia dele, mas a sorte de ele ter nascido é minha! 



#Mum under construction

  (Já pensei ter um blog e até tentei, mas os motivos não eram os certos. Agora o motivo é outro: a minha inabilidade de alojar em mim vastas quantidades de informação e memórias da minha vida. E como tudo aquilo que é posto no online aqui fica, então nada melhor do que este espaço para me relembrar daqui a dez anos como tudo aconteceu).

Fui parar às urgências com umas dores horríveis pensado que pudesse ser uma crise renal, mas saí de lá a saber que afinal em vez de um rim estar a falhar, tinha sim dois rins novos.

Quando a médica disse um "Pois é, a Sara não teve cuidado e agora está grávida", a minha reação foi incrivelmente calma, parecia que estava anestesiada. Quando finalmente pude ir para casa, fui ter com o João que dormia na sala de espera (coitado, eram umas 3 da manhã), e disse-lhe que já podíamos ir. Inevitavelmente perguntou-me o que é que a médica tinha dito e eu, que tenho em mim um humor negro bem apurado em qualquer situação, respondi: "Disse que tenho cancro". Meio a dormir, o pobre acordou logo e perguntou-me se estava a falar a sério. "Não, estou a brincar. Estou grávida". Depois de um olhar bem arregalado e de um "a sério?" entrámos no carro e não falámos sobre o assunto nos três dias que se seguiram.

Entretanto já se passaram várias semanas e mil e uma coisas foram faladas (e choradas, mas só da minha parte porque esta cria me tornou numa florzinha de estufa).

É verdade, não foi uma gravidez planeada. Obviamente que já tínhamos falado sobre o assunto como creio que todos os casais o façam, mas não havia planos breves para tal. Não obstante, apesar de assustador, este amor vai crescendo cada vez mais em nós e na minha barriguinha. Tem sido uma aventura INCRÍVEL, mas hoje fico-me por aqui. Depois conto mais.

                                        Aqui estava com 13 semanas e uns pózinhos

Ontem fui conhecer o Double9, um bar que abriu recentemente no 9Mercy Hotel.  Encontra-se situado naquela que para mim é a zona mais histórica e boémia de Lisboa: entre o Bairro Alto e o Chiado. Este bar concebeu algo diferente do habitual e o resultado foi um conceito inovador, onde se pode encontrar um cocktail e uma infusão de chá no mesmo copo. 

Não é preciso ser hóspede do hotel para frequentar o bar. 
Eram deliciosos!







Espero que gostem ❤ beijinho

Laugh a little

Neste momento estou a estagiar e, por isso, ando sem tempo para vir aqui ao blog e sem tempo para fotografar looks, visto que o meu trabalho é maioritariamente feito em casa. E tendo em conta que gasto 80% da imaginação e da minha criatividade no estágio, depois os outros 20% ficam para decidir o que fazer para o almoço e para o jantar. 

Então, hoje deixo-vos aqui este video que tem IMENSA piada! (At least, for me). 


Eu andei a tirar umas fotos de StreetStyle a pessoas que encontrava aleatoriamente na rua, gostavam que vos mostrasse?

Bom fim-de-semana❤ Beijinho 

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